sexta-feira, 22 de março de 2013

Olha que coisa mais linda!

Vamos relembrar e celebrar o que é bom! Viva, Vinícius! 


Crônica da semana

        Semana passada, nossos heróis da 8ª série tiveram um desafio. Leram o início e o fim do conto O padeiro, de Rubem Braga, e precisaram usar a criatividade para produzir um desenvolvimento coerente. O resultado foi fantástico! Todos mostraram excelentes crônicas e abordaram diferentes temas. Agora, deixo a crônica original escrita por Rubem Braga para que todos possam se deliciar com este texto. Sente o cheirinho de pão quentinho, minha gente! Aqui os patrões não fazem greve, não! 

O padeiro 
Rubem Braga 
Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do 
apartamento - mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma 
coisa nos jornais da véspera sobre a "greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lockout, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu 
café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo. 
Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando: 
- Não é ninguém, é o padeiro! 
Interroguei-o uma vez: como tivera a idéia de gritar aquilo? 
"Então você não é ninguém?" 
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a 
campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz 
que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: "não é
ninguém, não senhora, é o padeiro". Assim ficara sabendo que não era ninguém... 
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar 
que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os 
padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação de jornal, quase sempre 
depois de uma passagem pela oficina - e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros 
exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno. 
Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que 
levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo 
com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração 
eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; "não é ninguém, é o 
padeiro!" 
E assobiava pelas escadas. 

Texto extraído do livro: Para gostar de ler, Vol I -Crônicas . Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Rubem Braga. 12ª Edição. Editora Ática . São Paulo.1989. p.63 - 64.

Descrição

Caros alunos, 
semana passada estudamos a música Palavras, do Titãs, que nos ajudou a entender o texto descritivo. Com ela, colocamos em prática a teoria estudada em sala de aula. Podemos observar o uso de adjetivos e do verbo ser. Além disso, refletimos acerca das palavras, da sua importância e do seu poder de ajudar ou machucar as pessoas. Para encerrar, retorno a pergunta que fiz em sala: para você, as palavras são...


Palavras
Titãs
Palavras não são más 
Palavras não são quentes 

Palavras são iguais 

Sendo diferentes 

Palavras não são frias 

Palavras não são boas 
Os números pra os dias 
E os nomes pra as pessoas 
Palavra eu preciso 
Preciso com urgência 
Palavras que se usem 
em caso de emergência 
Dizer o que se sente 
Cumprir uma sentença 
Palavras que se diz 
Se diz e não se pensa 
Palavras não têm cor 
Palavras não têm culpa 
Palavras de amor 
Pra pedir desculpas 
Palavras doentias 
Páginas rasgadas 
Palavras não se curam 
Certas ou erradas 
Palavras são sombras 
As sombras viram jogos 
Palavras pra brincar 
Brinquedos quebram logo 
Palavras pra esquecer 
Versos que repito 
Palavras pra dizer 
De novo o que foi dito 
Todas as folhas em branco 
Todos os livros fechados 
Tudo com todas as letras 
Nada de novo debaixo do sol

http://www.youtube.com/watch?v=DSY4c5EIjQs&feature=player_embedded


domingo, 24 de fevereiro de 2013

A crônica da semana será...

Macacos me mordam

(Fernando Sabino)

Morador de uma cidade do interior de Minas me deu conhecimento do fato: diz ele que há tempos um cientista local passou telegrama para outro cientista, amigo seu, residente em Manaus:
“Obsequio providenciar remessa 1 ou 2 macacos”.
Necessitava ele de fazer algumas inoculações em macaco, animal difícil de ser encontrado na localidade. Um belo dia, já esquecido da encomenda, recebeu resposta:
“Providenciada remessa 600 restante seguirá oportunamente”.
Não entendeu bem: o amigo lhe arranjara apenas um macaco, por seiscentos cruzeiros? Ficou aguardando, e só foi entender quando o chefe da estação veio comunicar-lhe:
– Professor, chegou sua encomenda. Aqui esta o conhecimento para o senhor assinar. Foi preciso trem especial.
E acrescentou:
– É macaco que não acaba mais!
Ficou aterrado: o telégrafo errara ao transmitir “1 ou 2 macacos”, transmitira “1002 macacos”! E na estação, para começar, nada menos que seiscentos macacos engaiolados aguardavam desembaraço. Telegrafou imediatamente ao amigo:
“Pelo amor Santa Maria Virgem suspenda remessa restante”.
Ia para a estação, mas a população local, surpreendida pelo acontecimento, já se concentrava ali, curiosa, entusiasmada, apreensiva:
– O que será que o professor pretende com tanto macaco?
E a macacada, impaciente e faminta, aguardava destino, empilhada em gaiolas na plataforma da estação, divertindo a todos com suas macaquices. O professor não teve coragem de aproximar-se: fugiu correndo, foi se esconder no fundo de sua casa. A noite, porém, o agente da estação veio desentocá-la:
– Professor, pelo amor de Deus, vem dar um jeito naquilo.
O professor pediu tempo para pensar. O homem coçava a cabeça, perplexo:
– Professor, nós todos temos muita estima e muito respeito pelo senhor, mas tenha paciência: se o senhor não der um jeito eu vou mandar trazer a macacada para sua casa.
– Para minha casa? Você está maluco?
O impasse prolongou-se ao longo de todo o dia seguinte. Na cidade não se comentava outra coisa, e os ditos espirituosos circulavam:
– Macacos me mordam!
– Macaco, olha o teu rabo.
A noite, como o professor não se mexesse, o chefe da estação convocou as pessoas gradas do lugar: o prefeito, o delegado, o juiz.
– Mandar de volta por conta da prefeitura?
– A prefeitura não tem dinheiro para gastar com macacos.
– O professor muito menos.
– Já estão famintos, não sei o que fazer.
– Matar? Mas isso seria uma carnificina!
– Nada disso – ponderou o delegado: – Dizem que macaco guisado é um bom prato...
Ao fim do segundo dia, o agente da estação, por conta própria, não tendo outra alternativa, apelou para o último recurso – o trágico, o espantoso recurso da pátria em perigo: soltar os macacos. E como os habitantes de Leide durante o cerco espanhol, soltando os diques do mar do Norte para salvar a honra da Holanda, mandou soltar os macacos. E os macacos foram soltos! E o mar do Norte, alegre e sinistro, saltou para a terra com a braveza dos touros que saltam para a arena quando se lhes abre o curral – ou como macacos saltam para a cidade quando se lhes abre a gaiola. Porque a macacada, alegre e sinistra, imediatamente invadiu a cidade em panico. Naquela noite ninguém teve sossego. Quando a mocinha distraída se despia para dormir, um macaco estendeu o braço da janela e arrebatou-lhe a camisola. No botequim, os fregueses da cerveja habitual deram com seu lugar ocupado por macacos. A bilheteira do cinema, horrorizada, desmaiara, ante o braço cabeludo que se estendeu através das grades para adquirir uma entrada. A partida de sinuca foi interrompida porque de súbito despregou-se do teto ao pano verde um macaco e fugiu com a bola 7. Ai de quem descascasse preguiçosamente uma banana! Antes de levá-la à boca um braço de macaco saído não se sabia de onde a surrupiava. No barbeiro, houve um momento em que não restava uma só cadeira vaga: todas ocupadas com macacos. E houve também o célebre macaco em casa de louças, nem um só pires restou intacto. A noite passou assim, em polvorosa. Caçadores improvisados se dispuseram a acabar com a praga – e mais de um esquivo notívago correu risco de levar um tiro nas suas esquivanças, confundido com macaco dentro da noite.
No dia seguinte a situação perdurava: não houve aula na escola pública, porque os macacos foram os primeiros a chegar. O sino da igreja badalava freneticamente desde cedo, apinhado de macacos, ainda que o vigário houvesse por bem suspender a missa naquela manhã, porque havia macaco escondido até na sacristia.
Depois, com o correr dos dias e dos macacos, eles foram escasseando. Alguns morreram de fome ou caçados implacavelmente. Outros fugiram para a floresta, outros acabaram mesmo comidos ao jantar, guisados como sugerira o delegado, nas mesas mais pobres. Um ou outro surgia ainda de vez em quando num telhado, esquálido, assustado, com bandeirinha branca pedindo paz à molecada que o perseguia com pedras. Durante muito tempo, porém, sua presença perturbadora pairou no ar da cidade. O professor não chegou a servir-se de nenhum para suas experiências. Caíra doente, nunca mais pusera os pés na rua, embora durante algum tempo muitos insistissem em visitá-la pela janela.
Vai um dia, a cidade já em paz, o professor recebe outro telegrama de seu amigo em Manaus:
“Seguiu resto encomenda”.
Não teve dúvidas: assim mesmo doente, saiu de casa imediatamente, direto para a estação, abandonou a cidade para sempre, e nunca mais se ouviu falar nele.

SABINO, Fernando. A linguagem e o homem: Macacos me mordam. Para gostar de ler: crônicas. Volume 1. São Paulo: Editora Ática, 1980.66-69.

Disponível também em: < http://professorfabiozanella.blogspot.com.br/2010/03/em-edicao_8790.html > Acesso em 24 de fevereiro de 2013. 

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Conhecendo Luis Fernando Veríssimo

Caros alunos, em 2013, iniciei as aulas lendo, nas sétimas séries, o conto "Sozinhos" e, nas oitavas séries, a crônica "A bola", ambos fazem parte do livro "Comédias para se ler na escola", de Luis Fernando Veríssimo. 
Em sala, debatemos e produzimos textos, contudo não tivemos tempo suficiente para conhecermos mais sobre a vida deste exímio escritor porto-alegrense. Que tal fazermos isso agora? 
Encontrei uma excelente biografia e espero que vocês possam conhecê-lo e admirá-lo ainda mais! 

Luis Fernando Veríssimo nasceu em 26 de setembro 1936, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Filho do grande escritor Érico Veríssimo, iniciou seus estudos no Instituto Porto Alegre, tendo passado por escolas nos Estados Unidos quando morou lá, em virtude de seu pai ter ido lecionar em uma universidade da Califórnia, por dois anos. Voltou a morar nos EUA quando tinha 16 anos, tendo cursado a Roosevelt High School de Washington, onde também estudou música, sendo até hoje inseparável de seu saxofone.
É casado com Lúcia e tem três filhos.
Jornalista, iniciou sua carreira no jornal Zero Hora, em Porto Alegre, em fins de 1966. Além disso, sobreviveu um tempo como tradutor, no Rio de Janeiro. A partir de 1969, passou a escrever matéria assinada, quando substituiu a coluna do Jockyman, na Zero Hora. Em 1970 mudou-se para o jornal Folha da Manhã, mas voltou ao antigo emprego em 1975, e passou a ser publicado no Rio de Janeiro também. O sucesso de sua coluna garantiu o lançamento, naquele ano, de seu livros, que era uma coletânea de seus textos.
Participou também da televisão, criando quadros para o programa "Planeta dos Homens", na Rede Globo e, mais recentemente, fornecendo material para a série "Comédias da Vida Privada", baseada em livro homônimo.
Escritor prolífero, são de sua autoria, dentre outros, O Popular, Amor Brasileiro, publicados pela José Olympio Editora; As Cobras e Outros Bichos, Pega pra Kapput!, Ed Mort em "Procurando o Silva", Ed Mort em "Disneyworld Blues", Ed Mort em "Com a Mão no Milhão", Ed Mort em "A Conexão Nazista", Ed Mort em "O Seqüestro do Zagueiro Central", Ed Mort e Outras Histórias, O Jardim do Diabo, Pai não Entende Nada, O Santinho, Zoeira , O Gigolô das Palavras, O Analista de Bagé, A Mão Do Freud, As Aventuras da Família Brasil, O Analista de Bagé,O Analista de Bagé em Quadrinhos, Outras do Analista de Bagé, A Velhinha de Taubaté, A Mulher do Silva, O Marido do Doutor Pompeu, publicados pela L&PM Editores, A Mesa Voadora, pela Editora Globo, entre outros títulos. 
Extremamente tímido, Veríssimo foi homenageado por uma escola de samba de sua terra natal no carnaval de 2.000.

Texto com adaptações disponível em : < http://www.releituras.com/lfverissimo_bio.asp > Acesso em 24 de fevereiro de 2013. 

Sugestões de leitura



Caros leitores, decidi indicar alguns livros que li há alguns anos, mas que, até hoje, permanecem na minha memória. Vou começar pelas obras que conheço do escritor que marcou a minha adolescência: Pedro Bandeira. Seus livros são cheios de aventuras e de situações que eu gostaria de ter vivido. Mas, melhor do que viver estas peripécias, é viajar pelo mundo da leitura por meio destas excelentes obras! Então caneta e papel na mão para anotar estas sugestões e, é claro, começar a pensar na biblioteca mais próxima da sua casa para procurar e ler estas obras-primas! 

1º livro: Descanse em paz, Meu Amor! 



"Um grupo de amigos resolveu passear, porém não imaginava que a caminho ia ter um terrível acontecimento. A viagem era para um lugar longe da cidade, seguia por uma estrada de terra. Neste dia, chovia muito e os amigos sofreram um acidente de carro. Sem ter como pedir socorro, eles resolveram se abrigar em uma cabana que estava próxima às margens da estrada: era uma casa velha e sombria! Mas eles não se importaram com aquela situação até que algumas coisas estranhas começaram a acontecer."

Texto com adaptações disponível em: < http://www.netsaber.com.br/resumos/ver_resumo_c_46155.html > Acesso em 23 de fevereiro de 2013. 


2º livro: A marca de uma lágrima



"Isabel se acha feia. Será mesmo? Feia ou não, ela é uma garota genial e acaba escrevendo lindos versos para ajudar o namoro de Rosana, sua amiga, com Cristiano, seu grande amor.
A morte da diretora da escola — terá sido mesmo suicídio? — vem alterar sua vida e precipitar os acontecimentos. Isabel foi testemunha de uma cena muito suspeita e se sente ameaçada. A ideia da morte começa a tomar conta de seu cérebro, enquanto seu coração se despedaça pelo amor de Cristiano". 

Disponível em: < http://bestff-magazine.blogspot.com.br/2011/02/autor-pedro-bandeira-editora-moderna.html > Acesso em 23 de fevereiro de 2013. 

3º livro: O grande desafio 



"Toni era um garoto muito especial. Inteligente, excelente nadador e fera em computadores. Com muito bom humor, podia fazer melhor tudo o que um garoto da sua idade fosse capaz... ou quase tudo.
O que fazer então para conquistar Carla? Estava super apaixonado, mas como aquela garota iria querer alguém como ele, assim diferente...
A oportunidade de aproximação veio de forma inesperada. O Pai de Carla estava sendo injustamente acusado de desfalque. Era preciso provar sua inocência!... Com astúcia, Toni enfrenta o crime organizado, a cobiça desenfreada, o medo e, principalmente, o preconceito.
Você vai se envolver nesta aventura e ver como podemos tudo, bastando para isso ter vontade, coragem".
Pedro Bandeira

Disponível em: < http://www.skoob.com.br/livro/2720-o-grande-desafio > Acesso em 23 de fevereiro de 2013. 

4º livro: Prova de fogo



"Gil é o típico garoto mediano, não se destaca em nada na vida. Até Pris, a menina de quem ele gosta, parece ignorar sua existência. O misterioso sequestro do filho dos Bradford é uma ótima oportunidade para Gil provar que é especial".

Pedro Bandeira

Disponível em: < http://www.goodreads.com/book/show/6142314-prova-de-fogo > Acesso em 23 de fevereiro de 2013. 

5º livro: O fantástico mistério de Feiurinha 



"O livro trata do desaparecimento de uma suposta princesa, chamada Feiurinha, e promove um reencontro entre as principais princesas dos contos de fadas: Cinderela,Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, Bela Adormecida, Rapunzel , Bela, do conto "A Bela e a Fera" e a Rosa Encantado Della Moura Torta. Todas, com exceção de Chapeuzinho vermelho, se encontram grávidas e prestes a completar 25 anos de casadas com seus respectivos príncipes encantados".

Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Fant%C3%A1stico_Mist%C3%A9rio_de_Feiurinha > Acesso em 23 de fevereiro de 2013. 

Boa leitura, queridos leitores! 

Sejam bem-vindos!


Queridos alunos e caros leitores, hoje, inicio as atividades do nosso novo espaço de comunicação e discussão acerca da leitura e da produção de texto. Como não poderia deixar de lado, também colocarei algumas dicas gramaticais e, realmente, espero que elas possam ajudar todos. 
Devido ao tempo, não poderei atualizar o blog todo dia, porém tentarei ser o mais presente possível. 

Abraços e boas leituras!